08 julho 2011

Apimentados sabores

Presente na culinária de diversos países, a pimenta esquenta pratos, sobremesas e drinques. Confira receitas ardidinhas e gostosas
Foto: Tricia Vieira/Fotoarena
Fresca ou em conserva, a pimenta vermelha é uma das mais utilizadas na cozinha brasileira


Na época das grandes navegações, as pimentas eram compradas a peso de ouro. Foi no século XVII que os exploradores portugueses levaram as ardidas para a Índia e o Sudeste Asiático, onde tiveram excelente adaptação. Rotas comerciais que passavam pela Índia costumavam abastecer os navios com enormes quantidades de pimenta. Muito comum em toda América, elas já eram utilizadas pelos índios no México, no Brasil e em outros países da América do Sul. No Peru, há registros de uso com mais de 2000 anos - a especiaria era muito comum na dieta alimentar de povos antigos, como os astecas. Por aqui, entre as mais conhecidas estão a cumari, a pimenta-de-cheiro, a malagueta, a dedo-de-moça.
O ingrediente é usado na cozinha de vários países. Pratos clássicos e típicos como o filé au poivre francês e as picantes delícias tailandesas são só alguns exemplos. Isso, claro, sem falar nas conservas de pimenta tão comuns aqui no Brasil, que acompanham o acarajé, a comida mineira, a moqueca, a feijoada. Pode parecer estranho, mas as pimentas aparecem até mesmo em drinques e sobremesas. Em conserva, como geleia, seca ou em pó, escolha a pimenta que mais lhe apetece e arrisque-se nas receitas selecionadas pelo iG Comida.

Pimenta de comer


Além dos clássicos apimentados, esse tempero aparece em especialidades indianas, tailandesas e, claro, mexicanas. “No México, o mais comum é utilizarmos as secas”, diz o chef Hugo Delgado, do restaurante Obá, em São Paulo. “No Brasil, elas são somente aromáticas ou muito potentes, é mais difícil achar um meio termo.”
Eduardo Sehn, do restaurante Koh Pee Pee, em Porto Alegre, costuma fazer viagens para a Tailândia em busca de produtos locais. “A pimenta está presente em quase todos os pratos daquele País, mas ele têm uma variedade muito maior do que a nossa.” Na cozinha tailandesa, geralmente elas são utilizadas frescas, muitas vezes maceradas junto com outros ingredientes em molhos espessos chamados de currys (não confunda com o tempero em pó indiano). O chef chegou a trazer sementes de suas expedições para plantar no Brasil, mas como o clima gaúcho não é ameno, o cultivo é sazonal -- os frutos dão somente no verão.


No Koh Pee Pee, o cardápio tem legenda: os pratos são classificados entre nenhuma (sem picância) e três pimentinhas (bem picante). “Além disso, sempre deixamos sobre a mesa pimenta moída e dedo-de-moça fresca.”
Pimenta Doce Americana

“No México, as crianças comem doces, balas e frutas secas apimentadas no lanche da escola”, diz Hugo Delgado. “Não é que nosso paladar fique viciado, mas não estranhamos os doces picantes.” Assim, acrescentando outro ingrediente tipicamente mexicano, ele prepara uma sobremesa chamada cascada de chocolate, uma espécie de petit gâteau com pimenta. “O chocolate do México é diferente, tem menos leite e açúcar, mas podemos adaptar a receita aos produtos brasileiros, usando tipos amargo e meio amargo.”

Pimenta de Beber

Drinques com pimenta são cada vez mais comuns. Até as tradicionais caipirinhas ganham graça especial com um toque de dedo-de-moça. É claro que os clássicos nunca sairão de circuito, mas os adocicados e picantes estão ganhando espaço considerável nos bares. Marcelo Serrano, chef de bar do MyNY Bar, em São Paulo aconselha acrescentar a pimenta na bebida aos pouquinhos. "Se passar do ponto e ficar muito ‘quente’ não tem jeito, tem que jogar no lixo”, diz. Ele serve drinques como o Eclipse, que combina conhaque, licor de pera e dedo-de-moça, e o Jack Mango, com uísque, purê de manga e molho de pimenta.
Renata Helena Rodrigues

 



















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